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Presidente tentou emplacar o filho Eduardo no lugar de Delegado Waldir e sugeriu ter sido grampeado
O presidente
Jair Bolsonaro
atuou nessa quarta-feira (16) pela queda do líder do PSL na Câmara,
Delegado Waldir
(PSL-GO). Ele pediu a parlamentares da sigla que assinassem a lista para destituir o deputado e apoiassem o nome do seu filho,
Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP), para o posto. O pedido foi gravado por um deputado não identificado.
Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto 15/10/2019 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters
Ouça abaixo:
AUDIO BOLSONARO
No áudio, Bolsonaro diz que já tem o apoio de 26 deputados e precisaria de apenas mais um para tirar Waldir do cargo. "Você sabe que o humor desse cara muda", diz ele sobre Waldir. O número necessário de assinaturas foi atingido na noite da quarta-feira. A articulação para emplacar Eduardo foi revelada pela Coluna do Estadão.
"É uma medida legal. Eu não sou a favor da lista não, quero deixar bem claro. Sou a favor da eleição direta, mas no momento a gente só tem a lista", diz ainda Bolsonaro na gravação. Na quarta, Eduardo afirmou que sua intenção é ficar no cargo de líder da bancada apenas até dezembro, quando haverá eleição interna no partido.
Ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira, 17, Bolsonaro disse ter considerado uma "desonestidade" a divulgação da conversa e sugeriu ter sido "grampeado". "Eu não trato publicamente deste assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade", afirmou. "Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram? Deram uma de jornalista? Eu converso com os deputados."
Obstrução
A troca do líder foi defendida por Bolsonaro após, um dia antes, Delegado Waldir orientar a bancada do PSL a votar contra uma Medida Provisória que tratava da reestruturação administrativa da Casa Civil e da Secretaria de Governo. A manobra segurou a votação por duas horas e, embora a MP tenha sido aprovada, o gesto representou uma vitória do grupo "bivarista".
Em um contra-ataque à destituição de Delegado Waldir, o grupo de deputados do PSL ligado ao presidente do partido, Luciano Bivar (PE), protocolou uma segunda lista na Câmara, pedindo a manutenção do atual líder no cargo. O movimento ocorreu pouco depois de Eduardo dar entrevista já como novo líder da bancada. Os bivaristas alegaram ter 32 assinaturas.
As assinaturas dos dois documentos ainda precisam ser checadas pela Casa e passar pelo aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que o ato seja consolidado. A bancada do PSL tem 53 deputados. Se o grupo bolsonarista tiver maioria, como diz, Waldir terá de entregar o posto para Eduardo. /
Colaboraram Camila Turtelli e Mateus Vargas