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Fabricante diz esperar entrada em vigor da regulamentação para atender clientes; Casa Civil nega que texto englobe esse tipo de armamento
S
ÃO PAULO - A fabricante de armas brasileira
Taurus
informou que o decreto sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, que facilitou o acesso de civis a armamentos, também inclui a possibilidade de a população comprar um fuzil, o T4 semiautomático de calibre 5,56.
Foto: Taurus Armas Official/ YouTube
À TV Globo, a empresa disse aguardar a entrada em vigor da regulamentação para "imediatamente atender os clientes". "Temos uma fila de 2 mil clientes", informou a empresa, que tem sede no Rio Grande do Sul. "Estamos preparados para atender em até três dias as demandas."
A reportagem do
Estado
contatou a fabricante na noite desta segunda, mas não obteve resposta sobre o assunto. Ao
Estado
, a Casa Civil,ligada ao Palácio do Planalto, disse que o decreto não enquadra o fuzil T4 como arma de uso permitido. Segundo o órgão, a arma "é de uso restrito e, por isso, o cidadão comum não consegue adquiri-la". "A informação não procede", declarou.
Em 2017, quando Bolsonaro já se apresentava como candidato à Presidência, ele esteve em um stand da Taurus durante uma feira de produtos de segurança e disse que o T4 seria liberada para alguns grupos. "Se eu chegar lá, você, cidadão de bem, vai ter num primeiro momento isto aqui em casa (
e aparece segurando uma pistola
). E você, produtor rural, no que depender de mim, vai ter isto aqui também (
e aparece segurando um fuzil T4
). Cartão de visita para invasor tem que ser cartucho grande mesmo, com excludente de ilicitude, obviamente."
O decreto do presidente aumentou o limite da energia cinética das armas permitidas para 1.620 joules; a Taurus diz que a energia cinética do seu T4 é de 1.320 joules. Em seu site, a empresa apresenta a arma como "ideal para o uso militar e policial". "O fuzil T4 é baseado na consagrada plataforma M4/M16, amplamente empregada pelas forças militares em todo mundo e principalmente pelos países membros da OTAN, por ser considerada uma arma extremamente confiável, leve, de fácil emprego e manutenção", complementa.
Bolsonaro assinou o decreto no dia 7 de maio. Entre as mudanças, o documento liberou o uso de armamento e munições que, até então, eram restritos a policiais e membros das Forças Armadas. Além disso, o texto prevê que 19 categorias - que vão de conselheiros tutelares a políticos - não tenham de comprovar a efetiva necessidade para portar armas, por presumir que exercerem atividades de risco.
O texto é contestado pelo Ministério Público Federal na Justiça Federal e por dois partidos no Supremo Tribunal Federal (STF).